Venham para o blog!

Alunos, participem! Este blog tem como objetivo facilitar o contato e a troca de experiências didáticas.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O Poeta da semana: Carlos Drummond de Andrade

    Memória
    Amar o perdido 
    deixa confundido 
    este coração.  
    Nada pode o olvido 
    contra o sem sentido 
    apelo do Não.  
    As coisas tangíveis
    tornam-se insensíveis
    à palma da mão 
    Mas as coisas findas
    muito mais que lindas, 
    essas ficarão.
     
    JOSÉ
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?





Carlos Drummond de Andrade © Graña Drummond
Fonte: http://www.memoriaviva.com.br/drummond/index2.htm

Carlos Drummond de Andrade
Nasceu em ltabira (MG) em 1902. Fez os estudos secundários em Belo Horizonte, num colégio interno, onde permaneceu até que um período de doença levou-o de novo para ltabira. Voltou para outro internato, desta vez em Nova Friburgo, no estado do Rio de Janeiro. Pouco ficaria nessa escola: acusado de "insubordinação mental" - sabe-se lá o que poderia ser isso! -, foi expulso do colégio. Em 1921 começou a colaborar com o Diário de Minas. Em 1925, diplomou-se em farmácia, profissão pela qual demonstrou pouco interesse. Nessa época, já redator do Diário de Minas, tinha contato com os modernistas de São Paulo. Na Revista de Antropofagia publicou, em 1928, o poema "No meio do caminho", que provocaria muito comentário.

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.

    Ingressou no funcionalismo público e em 1934 mudou-se para o Rio de Janeiro. Em agosto de 1987 morreu-lhe a única filha, Julieta. Doze dias depois, o poeta faleceu. Tinha publicado vários livros de poesia e obras em prosa - principalmente crônica. Em vida, já era consagrado como o maior poeta brasileiro de todos os tempos.
    O nome de Drummond está associado ao que se fez de melhor na poesia brasileira. Pela grandiosidade e pela qualidade, sua obra não permite qualquer tipo de análise esquemática. Para compreender e, sobretudo, sentir a obra desse escritor, o melhor caminho é ler o maior número possível de seus poemas.
    De acontecimentos banais, corriqueiros, gestos ou paisagens simples, o eu-lírico extrai poesia. Nesse caso enquadram-se poemas longos, como "O caso do vestido" e "O desaparecimento de Luísa Porto ", e poemas curtos, como "Construção". 

Fonte: 
http://www.culturabrasil.org/cda.htm

    Folclore


    Marcadores de página

    domingo, 14 de agosto de 2011

    O Poeta da semana: Vinícius de Morais

    Soneto de separação

    Oceano Atlântico, a bordo do Highland Patriot, a caminho da Inglaterra

    De repente do riso fez-se o pranto
    Silencioso e branco como a bruma
    E das bocas unidas fez-se a espuma
    E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

    De repente da calma fez-se o vento
    Que dos olhos desfez a última chama
    E da paixão fez-se o pressentimento
    E do momento imóvel fez-se o drama.

    De repente, não mais que de repente
    Fez-se de triste o que se fez amante
    E de sozinho o que se fez contente.

    Fez-se do amigo próximo o distante
    Fez-se da vida uma aventura errante
    De repente, não mais que de repente.

    O Poeta
    Na tempestuosa madrugada de 19 de outubro de 1913, nascia o garoto Vinitius. A grafia está correta. Seu pai, Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, um apaixonado pelo latim, dera a ele este nome. Naquela noite nascia na Gávea, o futuro garoto de Ipanema.
    Escreveu seu primeiro poema de amor aos 9 anos, inspirado em uma colega de escola que reencontraria 56 anos depois. Seus amores eram sua inspiração. Oficialmente, teve nove mulheres: Tati (com quem teve Susana e Pedro), Regina Pederneiras, Lila Bôscoli (mãe de Georgina e Luciana), Maria Lúcia Proença (seu amor maior, musa inspiradora de Para viver um grande amor), Nelita, Cristina Gurjão (mãe de Maria), a baiana Gesse Gessy, a argentina Marta Ibañez e, por último, Gilda Mattoso. Mulherengo? Não, “mulherólogo”, como ele costumava se definir.
    Tati, a primeira, única com quem casou no civil, é a inspiradora dos famosos versos “Que não seja imortal, posto que é chama/ Mas que seja imortal enquanto dure”. Deixou-a para viver com Regina Pederneiras. O romance durou um ano, depois do que ele voltou com Tati para deixá-la, definitivamente, em 1956 e casar com Lila, então com 19 anos, irmã de Ronaldo Bôscoli. Foi nessa época que o poeta conheceu Tom Jobim e o convidou para musicar sua peça Orfeu da Conceição. Desta parceria, surgiriam músicas símbolos da Bossa Nova como Chega de Saudade e Garota de Ipanema, feita para Helô Pinheiro, então uma garotinha de 15 anos que passava sempre pelo bar onde os dois bebiam. No ano seguinte, 1957, se casaria com Lucinha Proença depois de oito meses de amor escondido, afinal, ambos eram casados. A paixão durou até 1963. Foi pelos jornais que Lucinha, já separada, soube da ida de Vinícius para a Europa “com seu novo amor”, Nelita, 30 anos mais jovem. Minha namorada, outro grande sucesso, foi inspirado nela.
    Em 1966, seria a vez de Cristina Gurjão, 26 anos mais jovem e com três filhos. Com Vinícius teve mais uma, Maria, em 1968. Quando estava no quinto mês de gravidez, Vinícius conheceu aquela viria a ser sua próxima esposa, Gesse Gessy. No segundo semestre de 69 começa sua parceria com Toquinho. No dia de seu aniversário de 57 anos, em 1970, em sua casa em Itapuã, Vinícius transformaria Gesse Gessy, então com 31 anos, em sua sétima esposa. Gesse seria diferente das outras e comandaria a vida de Vinícius como bem entendesse. Em 1975, já separado dela, ele se declara apaixonado por Marta Ibañez, uma poetisa argentina. No ano seguinte se casariam. Ele tinha quase 40 anos mais que ela.
    Em 1972, a estudante de Letras Gilda Mattoso conseguiu um autógrafo do astro Vinícius após um show para estudantes da UFF, em Niterói (RJ). Quatro anos depois o amor se concretizaria. O poeta , já sessentão; ela, com 23 anos.
    Na noite de 8 de julho de 1980, acertando detalhes das canções do LP Arca de Noé com Toquinho, Vinícius, já cansado, disse que iria tomar um banho. Toquinho foi dormir. Pela manhã foi acordado pela empregada que encontrara Vinícius na banheira com dificuldades para respirar. Toquinho correu para o banheiro, seguido de Gilda. Não houve tempo para socorrê-lo. Vinícius de Moares morria na manhã de 9 de julho. No enterro, abraçada a Elis Regina, Gilda lembrava da noite anterior, quando em uma entrevista, perguntaram ao poeta: “Você está com medo da morte?”. E Vinícius, placidamente, respondeu: “Não, meu filho. Eu não estou com medo da morte. Estou é com saudades da vida”.
    Fonte: www.memoriaviva.com.br

    quarta-feira, 10 de agosto de 2011

    Dia do Estudante

    Mensagem ao Estudante

    Bill Gates
    orkut Seja legal com os "Nerds". Existe uma grande probabilidade de você vir a trabalhar para um deles.


    “Estudar é como conhecer mundos diferentes.
    Tempo de novidade a cada dia.
    Tempo de alegria a cada hora.
    Tempo de se preparar para a vida…
    Feliz Dia do Estudante!”
    Autor: Desconhecido

    Um abraço a todos vocês!

    Laci

    domingo, 7 de agosto de 2011

    Aula diferente




     Ipê Amarelo
    Por Samuel Alexandre - 8º ano D
    Numa quinta-feira do mês de agosto, fomos observar uma árvore cuja inflorescência ocorre nessa época, o inverno.
    A árvore é típica do cerrado, e quando floresce todas as suas folhas caem e isso causa ainda mais admiração, pois suas flores amarelas nascem em grandes e numerosos cachos. Seu caule é grosso e seus galhos são retorcidos, como ocorre na maioria das espécies nativas do cerrado. Sua flor é amarelada, cônica e contém cinco pétalas, sendo duas na parte superior da flor e três na parte inferior; na superfície interior e inferior da flor encontram-se pequenos e finos "pelos" que, provavelmente  servem para atrair insetos polinizadores, que para realizarem sua função têm que ir ao fundo da flor, onde se encontram as políneas e o gineceu da flor.
    A partir da polinização o fruto se desenvolve e quando ele fica maduro as sementes caem no chão; se houver chuva, algumas germinam, mas a falta de sol pode ser fatal para as pequenas plantas.
    Depois dessa visita, voltamos para o melancólico cotidiano da sala de aula.





    Cristais da Natureza
    Por Maria Isabel - 8º ano D
    Mais valiosa que pedras preciosas é a própria natureza, que encanta pessoas. É um baile aos olhos  de quem a admira.
    Flores... sim, flores, verdadeiros cristais da natureza, que não seguem moda, que não mudam, vão e voltam com o mesmo brilho de sempre. Que exalam perfumes sem estar em frascos, que exibem sua beleza, sem estar na passarela, mas sempre estão  a nos encantar: amarelas, roxas, brancas... Árvores cobertas por elas. A mais linda: Ipê amarelo! 


    MINHA ESCOLA
    Por Otávio Alves – 8º ano C

    Minha escola, meu lugar
    Pois tenho muito que aprender
    Que as flores da escola
    Não são de se colher
    E sim de apreciar.
    As belezas dos ipês
    Cheios de cores belas
    E de muitas borboletas coloridas.
    Para se ver
    Também tem pássaros
    Que adoram viver
    Junto às flores dos ipês
    Que todos os dias cantam
    A canção alegre ao renascer do sol
    Quentinho ao amanhecer
    Isso é que é lazer!
    Afinal é assim que tem que ser...


    Passeio Ecológico
    Por Rebeca Vieira Macedo – 8º ano C

    Dia 04 de agosto às 15:15 saímos para um passeio ecológico ao redor de nossa escola para podermos analisar as árvores e o ambiente  onde passamos boa parte de nossas vidas.
    Vimos ipês amarelos, coqueiros, algumas árvores de troncos grossos. Gostamos muito, andamos na terra, sentimos o leve frescor que o vento carregava e a emoção de estarmos juntos à natureza, embora saibamos da destruição que nela ocorre. (...)
    Escutamos o lindo canto dos pássaros que alegra nossos dias, nossa vida. (...)
    Considerei muito importante a atitude de nossa professora, pois assim aprendemos mais e de maneira diferente.
    (...)

    A PAISAGEM DO POLIVALENTE
    Por David Pablo – 8º C

    A paisagem de dia
    A natureza eu já sentia
    A paixão em mim nascia.

    O amor que aparecia
    O olhar, a alegria
    Do sol que refletia.

    Dia bom, dia ótimo
    Podia até tirar foto
    No lugar exótico.

    Das flores rosas e amarelas
    Delas a mais linda
    Você não tinha.



    IPÊ AMARELO
    Por João Marcos – 8º ano D

          Na quinta-feira, dia 04 de agosto fomos observar a beleza dos ipês amarelos. As flores caídas enfeitavam o solo como se fosse um tapete de flores e encantavam os olhos de quem as observava.
          A leve textura e perfume fazia a gente se admirar e nos dava a sensação de que os ipês haviam acabado de acordar com uma orquestra de periquitos, que com seus gorjeios, faziam a gente se encantar, a brisa suave espalhava o perfume dos ipês sobre o lugar.


    INSPIRAÇÃO
    Por Jéssica Martins de Oliveira – 8º ano C
    Paisagem maravilhosa
    Linda e aconchegante
    Sentimento tão profundo
    Veio-me nesse instante.

    As folhas balançavam
    Os passarinhos cantavam
    Paisagem interessante
    Mágica e surpreendente.

    Flores amarelas espalhadas pelo chão
    Senti  algo profundo em meu coração
    Uma grande emoção.
    Veio em mim inspiração
    Para encontrar uma paixão!